“A Filha do Capitão”
Este livro foi escrito por José Rodrigues dos Santos, jornalista da RTP, e retrata a história de um capitão português que está no comando de uma das brigadas de Braga do contingente português, nas trincheiras da Flandres, durante a 1ª Guerra Mundial.
Afonso era um rapaz que fora expulso do seminário e, como não tinha lugar para trabalhar, resolveu juntar-se ao CEP (Corpo Expedicionário Português). Foi colocado na brigada 8 de Braga e rapidamente foi promovido a Capitão. Para partirem para a Guerra foram seleccionadas três brigadas do norte português, a 10 de Bragança, a 8 e a 29 de Braga. Embarcou como muitos jovens a pensar que a guerra era sinónimo de aventura e que nada lhes aconteceria. Durante os primeiros bombardeamentos, os portugueses, nem se preocupavam com a sua protecção, saindo dos abrigos para observarem o fenómeno. Foi durante esses primeiros bombardeamentos que alguns portugueses foram mortos ou mutilados fazendo ver aos sobreviventes a realidade que se vivia nas trincheiras.
As trincheiras portuguesas não eram cavadas em profundidade, pois encontravam-se num terreno em que bastava cavar pouco para se encontrar água, e mesmo assim quando chovia os soldados portugueses ficavam atolados na lama.
Em Novembro deu-se um ataque às linhas portuguesas, em Punn House, Church e Chapelle Hill. Os alemães começaram por bombardear as linhas portuguesas, depois foram lançando os gases, sempre disparando rajadas de metralhadora, e finalmente avançou a Infantaria. Os homens portugueses lançaram os foguetes SOS e rapidamente a artilharia bombardeou a terra-de-ninguém (espaço entre as duas trincheiras) em frente às posições portuguesas. Os portugueses resistiram bravamente às investidas alemãs, batendo estas em retirada, mas levando consigo alguns prisioneiros. O que os portugueses não sabiam é que esse era o grande objectivo das tropas inimigas com vista a preparar a ofensiva da Primavera, em que tencionavam derrotar definitivamente os Aliados pelo seu elo mais fraco, a junção entre os exércitos português e o Inglês.
João Cunha
